Ailton Costa

A arte do palhaço pelo artista e agente cultural Sérgio Rezende

Por Ailton Costa

A história de Sérgio Rezende como artista começa aos 19 anos de idade em 1989 apresentando o espetáculo em homenagem a Sebastião Benfica Milagre. O local foi o saudoso Theatron Cultural em Divinópolis ao qual é sua cidade de origem. O primeiro grupo de teatro que participou foi “Os Cínicos” e logo em seguida fez parte da “Cia Dramágico” até meados de 1998. Com o grupo “Cata-vento” trabalhou com animações de festas conciliando com “Pimpão e Bolacha” dupla de palhaços que focava em festas,  performances, projeto escola e eventos corporativos. Com a demanda artística foi necessário  desenvolver a habilidade de cenografia, artes plásticas e papietagens.

Hoje aos 52 anos de idade tem a formação de Licenciatura em Filosofia e exerce o cargo de agente cultural na Biblioteca Municipal Ataliba Lago em Divinópolis.

Com atividades culturais na Vila Vicentina Padre Libério e na Obras Assistenciais Nossa Senhora Aparecida – Lar dos Idosos proporciona uma melhor qualidade de vida para a terceira idade.

Sérgio Rezende ressalta: “É um privilégio poder contar histórias para os idosos que se tornaram nossos amigos. A gente faz muitas coisas na região, mas infelizmente é pouco valorizado em Divinópolis. E eu sou um privilegiado por estar aqui na biblioteca e tenho autonomia para fazer meu trabalho cultural atingindo de forma indireta e direta muitas pessoas. É uma grande dimensão e me sinto influenciador dos trabalhos desenvolvidos na região. E no ano de 2000 e 2002, produzi com a contadora e professora Gislaine Mattos a formação de  120 contadores de histórias.

Tenho trezentos e quarenta alunos de oito a dezoito anos por semana. Os trabalhos artísticos se estende nas periferias e no Instituto Educacional Criançarte e  Instituto Nossa Senhora Sagrado Coração. Pra você ter uma idéia a Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago recebe milhares de alunos por ano. Há vinte e cinco anos trabalho com jovens dentro das escolas com direção de teatro, contação de histórias, clown, ator,  professor de artes, professor de xadrez e de filosofia. A área de humanas e a de linguagens se unem, e eu tenho muita autonomia e experiência para mesclar uma série de atividades para fazer aulas interativas e dinâmicas. “-conta.

O trabalho artístico se estende a empresas, comerciais de televisão, teatro de rua, palco italiano, eventos e performances. Além de ajudar sua esposa Claudia Oliveira, que é artesã, na execução de cenografia, de confecção de figurinos, objetos de cena e adereços.

Cia Borandá

Em 2009 iniciou o aprendizado com o palhaço “Titetê” – Cícero Silva, mudando a perspectiva sobre a comédia, e profissionalizando ainda mais os seus espetáculos com a “Cia Borandá” que existe a mais de quinze anos com o parceiro e amigo Juvenal Bernardes.

Na arte do ridículo é preciso expor a personalidade que se descobriu e não ter medo de se mostrar. O clown tem o seu tempo e propõe um olhar para dentro de si e para o mundo, e transforma cada momento em um grande jogo, onde não há um vencedor, mas que mostra que, se o jogo é gostoso, todos saímos ganhando. O palhaço tem a capacidade de brincar consigo mesmo e fazer isso para alegrar o outro, oferecendo o seu melhor brilho, expandindo o seu olhar sobre o mundo e transformá-lo num delicioso parque de diversões.

A ”Cia Borandá” tem em seu repertório os espetáculos de teatro “Na trilha do menino”, “Coco verde melancia”, “O Circo do Borandá”,  e várias números de palhaçaria e contações de histórias. E possui toda uma estrutura de cenário e objetos de cenas e equipamentos de sons para atender todo tipo de cliente e locação. Além disso, executa em vários lugares sua apresentação do Mágico Palhaço Ganimedes.

Sérgio ressalta: “Ficamos seis anos com apresentações uma vez por mês na Praça da Catedral e foi uma experiência super legal. E também ficamos seis anos apresentando no Shopping Pátio Divinópolis que era toda semana até a pandemia. Adoro fazer teatro de rua ou clown, e é um prazer enorme pra nós da “Cia Borandá”-diz.

Como produtor e agente cultural realiza na Biblioteca Municipal Ataliba Lago a noite da poesia, palestras, oficinas de xadrez, oficinas diversas, visita orientada de escolas e hora do conto, promove palestras, debates, lançamento de livros, exposições de obras de arte, ações comunitárias em praças e locais públicos da cidade, (extensões culturais) e incentiva novos artistas a apresentações.

  Palhaço

   A palavra palhaço é de origem italiana que significa “palha” e era o material usado nas roupas como os colchões de tecido grosso e listrado primitivos da época. A palha era uma proteção para as constantes quedas necessárias dos espetáculos.

Já a palavra clown é de origem inglesa e tem origem do século XVI que significa camponês.  Os dois termos indicam a mesma coisa, mas alguns teóricos remetem a escolas de pensamentos diferentes. Há relatos destas figuras desde 2500 a. C no Egito, na Grécia, Roma, China e até em civilizações astecas.

O “Augusto” é o mais conhecido no Brasil, é o desajeitado, desastrado, extravagante e absurdo. Diz à lenda que era um alcoólatra que entrou no palco bêbado e por isso tem o nariz vermelho.

O “Branco” é o contrário do “Augusto” conhecido por ser muito sério e ser a escada, ou seja, tem a função de levantar e apoiar a piada. Os dois formam a dupla mais tradicional de palhaços.

De acordo com Sérgio Rezende: “Eu sou um palhaço com muito orgulho. E é preciso estudar muito para ser. O circo volante que promove na cidade de Mariana-MG o Festival Internacional de Palhaços é um exemplo do nível dos artistas. Tenho a impressão que o senso comum fica com dó dos palhaços, tem medo, raiva, ama e assim vai… O grande lance é levar a emoção além da graça e quebrar a idéia de que o palhaço não é um arquétipo do mau. Esse é um dos motivos pelo qual utilizamos uma maquiagem clássica e leve para não assustar.

Como eu aprendi no curso de Filosofia, com a professora Irene Amaral na Filosofia da Arte: “A arte é um mergulho possível a todos! Eu não recomendo!” A arte do clown é um enfrentamento muito forte de si mesmo e é preciso resolver a equação da vida como questões tais como; cabelo, orelha grande, e, sua essência que lhe foi determinada pela vida. Brigar contra isso é perder para o Universo. A arte do ridículo é também a arte de se aceitar na sua inteireza.

Já o fundamento do teatro é a palavra interpretada e é preciso ter coerência do que eu sinto, do que eu penso e do que eu faço. É preciso se conectar com a sua essência e sempre estar buscando novos repertórios e conhecimentos. O artista tem que trabalhar o corpo, a mente, a voz, roteiro, expressão facial… É preciso acreditar em si  mesmo! E não ter medo de errar.

Para conhecer mais do artista Sérgio Rezende acesse o link abaixo:

https://www.instagram.com/ciaboranda_palhacos/

Para mais informações:

(37) 9 8805-9687 – Sérgio Rezende

Fotos: Arquivo Pessoal

ailtoncastroalvesdacosta@gmail.com |  + posts

Ailton Castro Alves da Costa, Músico/ Compositor /Ator/ Clown/ Poeta/ Iluminador/ Produtor Cultural/ Cineasta/ Roteirista/ Diretor/
Nasceu em São Paulo e reside em Divinópolis há 25 anos. Iniciou a sua vida artística aos 16 anos de idade na ‘‘Cia de teatro Cláudio Ramos’’ como ator, iluminador e contra regra. O destaque cultural veio com a “Cia de Teatro Os Teatráveis”, maior Cia de teatro do centro-oeste mineiro, onde foi cofundador e idealizador de projetos de destaque como “Toda Terça Gravatá”, o segundo maior projeto de teatro de Minas Gerais. Foi fundador da produtora cultural “Top Kemp Produções Culturais”e da banda de rock “Esfera do Ser”. No audiovisual produziu 5 curtas metragens: "Homem da Janela" (Drama); "Linda", (que participou do Festival de Curtas Ambientais, promovido pela In Cawsa); "Todos Iguais" (selecionado para o 3º Festival de Cinema de Jaraguá). ‘”3 Olhares na Pandemia” selecionado pelo projeto Aldir Blanc, Fruto Estranho filme criado todo no celular . Um dos criadores da série TECO E TEODORO.
Com a banda Esfera do Ser produziu 16 clipes musicais e 1 álbum musical chamado “Xícaras”.
Cofundador do GAC- Grupo de Atores de Cinema de Divinópolis MG e CEGEC- Centro Gerador de Cultura de Divinópolis. Cofundador da Tico-tico repetico teatro infantil e confundador da TumateCru de comédia.